quarta-feira, 31 de março de 2010

Wabi-Sabi

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Wabi Sabi, ou o perfeito é uma merda

imperfeitaHá semanas bem longas o camarada Weno mandou um link com uma matéria na Trip sobre o conceito chamado Wabi-Sabi.

Wabi Sabi é um belíssimo conceito japonês que prega a beleza do que é imperfeito. Resumindo, é aprender a admirar as falhas de todas as coisas, daquele livro que já foi do seu avô, ou as rugas da sua esposa que está ficando velha junto com você. Leia essa matéria e você vai entender que seu desenho ruim pode ter potencial, que você não precisa sofrer por causa do anúncio do Photoshop CS5 porque o desenho da sua vaquinha pastando ainda pode ser feita no CS3, ou que você não é Adam Hughes mas pode virar algo tão bom quanto com muita dedicação e bom senso.

Nesse conceito, o sketch, o desenho criado de maneira rápida e intuitiva e cheia de erros, e a admiração por esse tipo de trabalho, é um exercício de Wabi Sabi.

Só um adendo, dessa vez chinês: um conceito parecido com o Wabi Sabi e sempre presente nas filosofias taoístas e confucionistas é o conceito de ordem e caos, de perfeição ou imperfeição ou, em chinês, Wei Chi e Ji Ji. A perfeição, quando e se alcançada, não é permanente. No momento em que ela é atingida, ela vai ser descontruída em seguida, ou então a situação se tornará uma constante tensão. Assim, meu amiguinho, carro novo que sai da concessionário tem 50% de chance de bater e dar uma arranhada. Assumir que isso pode acontecer e faz parte da vida o fará menos tenso do que a tentativa eterna de nunca arranhá-lo. Quem vive em eterna tensão feliz não é, como diria Yoda.

Em termos de traço de desenho, não se sofre para conseguir algo que deve vir de forma natural, e também não adianta tentar congelar algo que tem que evoluir com o passar do tempo. Traço TEM que evoluir se você desenhar constantemente, com exceção do Rob Liefeld.

Falando que nem Confúcio, o problema do homem comum quando vê um cara talentoso é que ele só vê o sucesso, não vê o duro danado que ele deu pra chegar até lá. Ou mais confucionamente falando, o homem comum, ao ver uma montanha, só vê o topo. O sábio vê o caminho até chegar lá. Esse aviso serve tanto pra quem acha que tem que desenhar como Adam Hughes, como aquele que acha que só vai ser feliz se tiver uma Cintiq como aquele que lambe capa da Playboy sonhando ser a mãe dos seus filhos ou daquelas que pregam a foto da Ana Hickman na geladeira pra perder peso. Você não tem que ser Adam Hughes, tem que desenhar o seu traço contanto que ele te deixe feliz. Se esse traço for comercial e você conseguir fazer coisas bonitas que trazem dinheiro, um abraço e um tapa nas costas pra você porque você é um felizardo, e pra ser felizardo não precisa de muita coisa.

O mundo seria bem melhor se não fosse tanto obcecado pelo perfeito. Essa praga se chama ANSIEDADE e só se cura com bom senso e tapa na cabeça.

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